domingo, 15 de janeiro de 2012

De volta pra estante #44: Hamlet.

“É uma felicidade da loucura, algumas vezes, felicidade que a razão e o bom senso não alcançam com a mesma facilidade.”
Hamlet 
Nome: Hamlet
Autor: Shakespeare
Sinopse: Em “Hamlet”, Cláudio sobe ao trono da Dinamarca, por ocasião da morte do rei que era seu irmão, e se casa com Gertrudes, a rainha viúva. Hamlet, o jovem príncipe, mergulha em profunda depressão. Uma noite, o espectro do pai aparece diante do rapaz para revelar que Cláudio o matou para assumir a coroa e exige vingança. Hamlet passa então a fingir que está louco para que o tio não desconfie de suas verdadeiras intenções.
Editora: Saraiva de Bolso
Comprar: Saraiva. Outras versões: SaraivaSubmarinoCultura
   Shekespeare é um autor com certo grau de dificuldade de leitura, tanto que já havia começado a leitura de Hamlet anteriormente, e desisti. Com o tempo veio a maturidade e a vontade de me aprofundar na obra deste tão aclamado autor inglês.
   Por que tanta insistência? Primeiro, que não desisto fácil: me dói ver um livro que eu tenha começado, e não terminado, na estante. Segundo, que graça teria a vida sem desafios? Uma hora eu iria voltar a encontrar Shakie e suas peças cheias de metáforas. Quando antes eu conseguisse superá-lo, melhor. E por último, eu descobri uma paixão no fim do ano passado: a Filosofia. E a dialética de Hamlet é repleta disto.
   O enredo eu já conhecia; Pedro Bandeira, um ídolo da minha adolescência, escreveu uma adaptação, chamada “Agora Estou Sozinha…”, que eu tinha lido. Hamlet é príncipe da Dinamarca, e seu pai está morto há alguns meses. Sua mãe está casada com seu tio, e ele se vê perturbado por esta reviravolta no cenário real.
   No mais tardar da noite, alguns guardas se deparam com um Espectro em trajes finos, e alguns deles, que conheciam Hamlet, resolvem chamar o príncipe para ir ter com a figura, que não é ninguém menos que seu pai, clamando por vingança: ele havia sido assassinado por seu irmão (o atual rei), e só encontraria paz quando o verdadeiro responsável fosse punido. Inflamado, Hamlet se compromete a dar descanço à alma de seu pai.
   Para suportar a situação em que se encontra, Hamlet começa a refletir em voz alta, floreando a verdade e dando indiretas sempre que tem oportunidade. Suas ações passam a ser tomadas como loucura, o que preocupa sua mãe e propicia ao tio a chance de se ver livre desta pedra no sapato. Teria Hamlet uma inteligência maluca ou uma loucura sábia?* Nos seus acessos é que se dão as mais brilhantes observações do livro; é quando ele se desprende de seu mundo e fala envolto por brumas imaginárias, nas quais ele se sente livre para expressar suas impressões – ainda que por meio de enigmas. E o que o filosofar, senão este livre pensar?
   Uma vantagem em ler clássicos é o entendimento de outros textos que se basearam nestes. Quantas vezes não escutamos a frase “Ser ou não ser… Eis a questão.”? E por que algumas representações trazem Shakespeare com um crânio nas mãos? Está tudo aqui, nesta peça.

   Um último comentário, sobre a minha versão: só eu que não gostei desta série de capas produzidas pela Saraiva de Bolso? Este livro até que está mais aceitável, mas as caricaturas de outros autores ficaram de gosto duvidoso…

*Este trecho é um intertexto com o livro “Quando Nietzsche Chorou”, de Irvin D. Yalom ( Editora Ediouro, pág. 118).

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