Nome: Cilada
Autor: Harlan Coben.
Editora: Arqueiro.
Comprar: Submarino – Saraiva – Cultura.
“A gente vem ao mundo e sai por aí, colidindo com os outros. E, nessas colisões, às vezes alguém se machuca. É assim que as coisas funcionam.”
Minha primeira experiência com romances policiais contemporâneos foi com Desaparecido Para Sempre, também de Harlan Coben. Gostei muito, e sabia que outra leitura dele seria acertada. Acabei guardando Cilada para quando precisasse ter certeza de que leria algo bom.
O prólogo nos apresenta Dan, que vai em resgate a uma garota atendida pelo centro de assistência social no qual ele trabalha – ela fez uma ligação na qual pedia por ajuda. Chegando lá, ele encontra a equipe de filmagens do programa de Wendy, que desmascara pedófilos que marcam encontros com adolescentes em salas de bate-papo virtuais. Dan acaba fugindo, alegando inocência.
Ele é inocentado, por fim, mas é morto na frente da jornalista. Sem conseguir a acusação contra a pessoa que ela tem certeza de ser o assassino, ela vai em busca da verdade – Dan realmente era um pedófilo, como tudo indicava, ou seu instinto estava certo, e ele foi vítima de uma cilada?
Paralelamente, uma adolescente desaparece sem deixar vestígios e, em certo ponto, os dois casos se cruzam, ainda que em circunstâncias suspeitas.
A melhor definição para Coben é a declarada na orelha do livro - “aclamado na França como ‘o mestre das noites em claro’”. Nada mais verdadeiro! O começo foi morno, mas o suspense é tão bem construído que você se encontra refém da história. Eu fui obrigada a largar o livro para dormir, pois precisava acordar cedo no dia seguinte, mas só o consegui depois de quebrar várias vezes a promessa de só mais um capítulo.
O autor não enfeita a história, e sabe construir seus cenários sem ser prolixo. Em dois parágrafos, ele conseguiu descrever a cena de um acidente tão horrível que me fez largar o livro por um minuto.
Foi possível, inclusive, detectar críticas a sociedade estadunidense. Como os personagens são pessoas tão normais quanto seu vizinho, nada mais normal do que eles terem os mesmos problemas…
Gostei muito (ainda que prefira Desaparecido Para Sempre), e só aumentou meu amor por Coben. Além dos livros avulsos, ele tem um personagem fixo – Myron Bolitar – , mas não gosto deste tipo de narrativa (tive uma experiência com Alex Cross, do James Patterson). Pretendo ler Confie em Mim e Não Conte a Ninguém e, enquanto isso, decido se embarco nas aventuras de Bolitar.