Autor: Moisés Liporage.
Editora: Escrita Fina.
Comprar: Submarino – Saraiva – Cultura.
“Dizem que depois que você morre é que entende o sentido da vida. Por mim, posso muito bem continuar vivendo a minha vida sem o menor sentido.”
Gilberto dos Anjos tem uma vida comum, até sofrer um acidente e quase perdê-la. A partir disso, fica paranoico com a ideia de morrer antes da hora, e passa a tomar todas as precauções para ter o mínimo de controle sobre sua hora final. Com a herança de seu falecido pai, constroi um refúgio afastado da cidade, com as mais modernas acomodações e equipamentos de segurança. Sempre que ele se sente ameaçado, é pra lá que ele se dirige, até se sentir em segurança novamente.
Numa dessas ocasiões, ele faz uma parada numa lanchonete à beira da estrada e conhece Estela, que está grávida e precisa de carona. Depois de se debater com o pedido, ele é convencido pela beleza da desconhecida. Juntos, eles partem – com o perigo em seu encalço.
– A verdade é que somos todos carniças e fazemos parte de um mesmo ciclo.
A história traz várias reflexões sobre a morte. Gil tem certa aficção pelo tema – tenta desvendar como é morrer, filosofa sobre o que nos espera do outro lado, etc. São feitas várias referências a filmes sobre o assunto (e, apesar de não curtir tanta morbidez, fiquei com vontade de ver alguns!). Ele passa por várias experiências de quase-morte, e aproveita cada oportunidade para confrontar a Ceifadora (ou Dama do Véu. Ou Enlutada. Ou Espirituosa.).
O livro tem muitas reviravoltas. Não dá pra prever como será o fim em parte alguma! Isto porque os personagens se revelam com os acontecimentos, colocando uma carta de cada vez sobre a mesa.
Difícil não falar da capa: na foto não dá pra ver, mas o título é de um vermelho forte e brilhante – muito adequado à história!
Quando forem ler, cuidado para não ficarem paranoicos com o assunto… Afinal, para morrer, basta estar vivo! ;D