Nome: Entre o Agora e o Nunca
Autora: J. A. Redmerski.
Editora: Suma de Letras.
Comprar: Submarino – Saraiva – FNAC.
“Coincidência é só o nome que os conformistas dão ao destino.”
A princípio, achei que não gostaria do livro: depois de sair de leituras de fantasia/distopia, não me ajustava à história real traga por Redmerski. Foi uma sensação parecia com sair de um universo muito intrincado e ter que voltar ao dia a dia.
Para acentuar meu drama, Cam é um poço de amargura: tudo está errado, desde a morte do amor da sua vida, a traição do último namorado, a separação dos pais, a prisão do irmão… Será que dava pra piorar? Ela vive boiando na superfície, seguindo a maré; o máximo que consegue se forçar a fazer é parar de tomar os remédios para depressão (“vou me curar no meu ritmo, e não preciso de um comprimido pra consertar as coisas”). A grande força que faz sua vida andar é sua melhor amiga, Natalie.
As duas acabam tendo um desentendimento bem frívolo, e Cam resolve ouvir a vozinha interior que grita por atenção. Ela levanta, arruma suas coisas e ruma pra rodoviária, escolhendo seu destino com base no lanche da atendente. É o primeiro passo para se encontrar: destruir todas expectativas. No ônibus ela conhece Andrew, um garoto que está (l)indo se despedir do pai convalescente. A viagem solitária e sem destino deveria guiá-la ao auto-conhecimento, mas quem disse que ela conseguiria deveria seguir sozinha?
Foi apenas uma questão de paciência e desintoxicação. Assim que mergulhei na história, não consegui sair dela e imagino que não a esquecerei tão cedo! Estamos em Julho, entrando de férias e tô morrendo de vontade de viajar. Como não me apaixonar por uma história que se passa na estrada, onde os personagens vão conhecendo cada lugar sem compromisso?
Ah, eu bem que me aventuraria num ônibus sozinha, se tivesse a chance de encontrar meu parceiro de crimes…
Esse livro foi um romance bem mais intenso do que esperava. A autora até inseriu algumas páginas de trollagem no final (que resultaram em lágrimas de revolta e indignação)! Espero poder reler e reencontrar Cam e Andrew – aproveitando para anotar todas referências musicais citadas, pra criar uma playlist. ;)