segunda-feira, 26 de março de 2012

De volta pra estante #48: Fahrenheit 451

“Ninguém mais presta atenção. Não posso falar com as paredes porque elas estão gritando para mim. Não posso falar com minha mulher; ela escuta as paredes. Eu só quero alguém para ouvir o que tenho a dizer. E talvez, se eu falar por tempo suficiente, minhas palavras façam algum sentido.’

 

451 Nome: Fahrenheit 451

Autor: Ray Bradbury.

Sinopse: Imagine uma época em que os livro configurem uma ameaça ao sistema, uma sociedade onde eles são absolutamente proibidos. Para exterminá-los, basta chamar os bombeiros - profissionais que outrora se dedicavam à extinção de incêndios, mas que agora são os responsáveis pela manutenção da ordem, queimando publicações e impedindo que o conhecimento se dissemine como praga. Para coroar a alienação em que vive essa nova sociedade, anestesiada por informações triviais, as casas são dotadas de televisores que ocupam paredes inteiras de cômodos, e exibem "famílias" com as quais se podem dialogar, como se estas fossem de fato reais. Este é o cenário em que vive Guy Montag, bombeiro que atravessa séria crise ideológica. "Fahrenheit 451" é não só uma crítica à repressão política mas também à superficialidade da era da imagem, sintomática do século XX e que ainda parece não esmorecer.

Editora: Globo

Comprar: SaraivaCulturaLeitura

 

   Literatura distópica faz parte da minha vida. O primeiro que li foi Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley; em seguida. a trilogia Jogos Vorazes (<3), e agora, Fahrenheit 451. Desde 2010 estava super curiosa com a história, que me foi recomendada por um amigo. Neste ano, na faculdade, o livro pulou da estante da biblioteca pras minhas mãos, e peguei-o com urgência.

Distopias são histórias inquietantes: costumam estar recheadas de críticas sociais, e não passam em branco. O gênero já se tornou um dos meus preferidos, por além de ser ficção, colaborar com minha formação.

 

   Imagine viver em uma sociedade onde ler é considerado crime; ter bibliotecas em casa leva ao incêndio da mesma; e os bombeiros mudaram de função: uma vez que todas as casas são à prova de fogo, sua incubência agora é de incendiar residências que tenham livros. É este o cenário futurista do livro, que ainda conta com casas modernas, equipadas com televisores interativos: você conversa com projeções que dizem ser sua família, o apresentador dos programas dizem seu nome, como se fosse um amigo… Ou seja, um estado de alienação total. Até a morte foi banalizada: alguém do seu círculo de amigos pode morrer a qualquer momento, e será apenas mais um.

   Montag é um bombeiro, mais um nessa sociedade. Sua redoma de cristal começa a rachar quando ele se encontra com Clarisse, sua vizinha adolescente, que tem um ar etéreo (me lembrou muito a Luna Lovegood, de Harry Potter), que começa a lhe fazer perguntas inquietantes, como: “Você é feliz?”.

 

   O primeiro passo para sair da ignorância é justamente o questionamento, que mostra a vontade de adquirir conhecimento. Pouco a pouco Montag passa a olhar um pouco mais criticamente ao seu redor, e de repente o sistema não parece tão perfeito como outrora. No entanto, ele é um entre milhares, e sempre que tenta avançar em seus desbravamentos, aparece sua esposa, que teme sair do seu mundo perfeito, o capitão da brigada de bombeiros, a voz da razão que o chama de volta à “razão”… Este último, inclusive, é que explica porque os bombeiros queimam livros: a partir do momento em que alguém lê, este se diferencia dos demais, tem mais conhecimento. É como se ele fosse mais ‘elevado’. Além disso, os livros podem defender opiniões que desagradam algumas minorias. O governo, pensando na felicidade coletiva, assume a postura contra os livros, para garantir que todos sejam iguais, sem pensamentos diferentes um dos outros (uma vez que a mídia eletrônica já faz seu papel de uniformização das massas à tempos). Os bombeiros, já não necessários para apagar incêndios, passam a iniciá-los, destruindo os responsáveis por fantasias e ideias nocivas ao bem estar da população.

 

   Distopias não foram feitas para terminar de modo feliz; elas estão lá nos instigando, alvoroçando nossas mentes para pensar que o que fazemos hoje está errado, e se não mudarmos, o que antes era apenas uma história pode se tornar realidade.

 

   Aproveitem a deixa que o sucesso de Jogos Vorazes está causando e procurem mais! Não dá pra sair de uma leitura dessas sendo o mesmo. ;)

8 comentários:

  1. Não consegui gostar desse livro .__.
    A mensagem da alienação até que é boa, mas detestei a história. Morri de tédio lendo, e pra isso acontecer, é muito difícil.

    Bgs

    http://qualquerlink.blogspot.com

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  2. Viver em uma sociedade onde ler é crime? Acho que eu não aguentaria!
    Mas muito interessante a proposta do livro. Bem original.

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  3. Ei Miriam!

    Este é o lado bom de livros que viram moda, né?
    Sempre incentiva a leitura de outro.
    A leitura distópicos está sendo influenciado pelo sucesso de JV, assim como Crepúsculo incentivou leituras de Jane Austen e Brontë.

    Acabei de colocar este na minha lista do skoob. Apesar de ser uma sociedade onde eu não conseguiria viver (sem livros), a proposta é bem bacana.

    Bjins

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    Respostas
    1. Não sabia que Crepúsculo tinha incentivado a leitura da Austen! Pra mim era só da Brontë, que é o livro preferido do casal protagonista. Um ponto a mais para a série.
      Vou acabar fazendo o caminho inverso: depois de ler Jane e Emily, vou ler Meyer! :D

      Espero que você goste de Fahrenheit 451!

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  4. Ainda não li esse livro, mas já vi muitas resenhas positivas...
    Não sou muito chegada a distopia, talvez por mexer um pouco com amente, coomo você falou... mas acho q vou dá uma chance a ele =]
    Adorei sua resenha...

    Beijos.
    #Resenha falada.

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  5. estou adorando suas dicas de livros, parecem ser todos muitos bons! :D

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  6. Distopias acho que não fazem meu gênero literário, mas como sou uma pessoa aberta a novas aventuras, posso encaram esse gênero e quem sabe eu não comece por Jogos Vorazes que atualmente tem recebido ótimos comentários.

    http://aleitoracassia.blogspot.com.br/

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Agradeço o comentário!
Volte sempre! (:

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