“Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Esse vai ser nosso segredo. Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma em um morto. Uma cicatriz significa: ‘Eu Sobrevivi’.”Quando vou escolher um livro pra ler, a seleção varia entre vários critérios: autor, capa (sim, eu as julgo), um comentário interessante e a curiosidade que me é despertada ao ter contato com um ou mais desses aspectos. Quis ler Pequena Abelha, pra começar, pela capa: o laranja é uma cor tão vibrante que te atrai, logo de cara. Depois, o título: eu tinha assistido ao filme “A Vida Secreta das Abelhas” há pouco tempo, e tive uma matéria em um semestre sobre estes insetos. Aquilo estava na minha cabeça. Como deixar o livro passar batido? Parti, então pra sinopse. Sim, aquela mesma que está na ficha logo acima.
Nome: Pequena Abelha
Autor: Chris Cleave
Sinopse: Não queremos lhe contar o que acontece neste livro. É realmente uma história especial e não queremos estraga-la. Ainda assim, você precisa saber algo para se interessa, por isso vamos dizer apenas o seguinte:
Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa… Depois de ler esse livro, você vai querer comenta-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como essa narrativa se desenrola.
Editora: Intrínseca.
Comprar: Submarino – Saraiva – Cultura
Ficou com vontade de ler? Eu achei intrigante, e fiquei um pouco chateada, por ter quase nenhum indício do que a história se tratava. Claro que milhões de hipóteses surgiram na minha cabeça, mas só lendo pra descobrir. E acabou não sendo nada como imaginei – como costuma acontecer!
Por isto, caso queira passar pela experiência sugerida pelo livro, acho melhor não ler os dois próximos parágrafos, que até estão destacados. Eu vou quebrar *um pouquinho* o protocolo porque não há necessidade de ficar no mais completo segredo sobre o enredo, e ninguém vai sair levando gato por lebre.
Seguindo dois fluxos narrativos, a história apresenta um momento em que duas mulheres – Pequena Abelha e Sarah – se reencontram, depois de dois anos. Abelhinha é uma jovem nigeriana, e por correr risco de vida em seu país, ela foge para a Inglaterra, e pretende encontrar Sarah e seu marido, Andrew. Eles são os únicos ingleses que ela conhece, e depois de um episódio numa praia nigeriana, é certo que suas vidas foram profundamente marcadas. Sarah é uma mulher bem sucedida profissionalmente, ainda que às vezes tenha crises de identidade e entre em atrito com pessoas próximas. Ela e Andrew têm um filho, Charlie, mas eles não são um sinônimo de família perfeita.
Eis que elas se encontram, fragilizadas pelos acontecimentos nesse meio tempo. Passada a surpresa por parte de Sarah, ela acolhe a moça e tenta reconstruir um pedaço de si mesma que foi perdido dois anos atrás. Ambas estavam profundamente mudadas, e este ponto em comum as une em busca do equilíbrio entre si e consigo mesmas.
Eu não posso entregar a história inteira; não que eu queira deixar alguém curioso, mas é que a narrativa e a história foram tão bem construídas que não se separam, e entregando uma, acaba com a outra.
O livro é cheio de contrastes: a africana e a europeia, paisagens urbanas e rurais, uma prisão cheia de refugiados em um país desenvolvido. Isto passou para mim, quando penso que poderia caracterizá-lo como intenso, mas abordado de forma singela; e quando penso no quão frustrada fiquei por ele não corresponder às minhas expectativas, imagino se isso foi de fato algo ruim.
Recomendo que leiam, sem pretensões. Ainda que a editora tenha enchido a contracapa com opiniões de conceituados jornais, nenhum deles chega perto da experiência que foi ler este livro e, acredito, é tão individual quanto sua impressão digital.
"e quando penso no quão frustrada fiquei por ele não corresponder às minhas expectativas, imagino se isso foi de fato algo ruim." Exatamente o que aconteceu comigo quando eu li. Mas não detestei o livro não :)
ResponderExcluirBgs
http://qualquerlink.blogspot.com
Ainda não li esse livro... não me chamou atenção, mas sua resenha foi muito instigante... deu vontade de comprar livro agorinha =]
ResponderExcluirBeijos,
#Resenha falada.
Nossa, eu já tinha visto esse livro, mas nunca tinha lido uma resenha e agora estou surpresa e curiosa, quero lê-lo JÁ.
ResponderExcluirBeijão. Tudo Tem Refrão
Ei Miriam!
ResponderExcluirEu pulei os dois parágrafos, porque a minha vontade é de ler o livro sem estar preparada para o que vou encontrar.
Fiquei curiosíssima a primeira vez que li a sinopse.
Está aí uma coisa ruim de elevar as expectativas, né?!
Na maioria das vezes ficamos frustrados.
Mas ainda estou curiosa e o lerei algum dia.
Bjins
Oi, Miriam. Lemos esse livro no Clube do Livro, acho que foi nosso segundo título. Foi um dos que tiveram a maior nota até hoje. Eu, particularmente, gostei muito! Mais do desenrolar da história do que do fim, mas mesmo assim foi uma viagem e tanto.
ResponderExcluirEssa capa é linda. Sairia um filme dele, com a Nicole Kidman no papel de Sarah, mas nunca mais ouvi falar nada sobre. Até vou pesquisar.
Beijos
Apesar de ter vontade, não li esse livro ainda. Mas minha irmã leu e falou que é super forte!
ResponderExcluirbjos
http://acessopermitidoblog.blogspot.com.br/
Oi Miriam! Eu já conhecia esse livro só pela capa. Como você disse, ela é chamativa e te deixa curiosa.
ResponderExcluirE realmente, a sinopse não diz muita coisa a respeito do livro... aí que aguça ainda mais a curiosidade!
Mas não vou ficar muito animada porque você disse para ler sem pretensões, então eu vou manter o controle aqui. (:
Um beijo,
Luara - Estante Vertical