sexta-feira, 29 de julho de 2011

De volta pra estante #26: O Mundo de Vidro.

Até que ele é interessante - pensou ela. Não o achava mais tão estranho quanto nos primeiros encontros, já que as conversas que tinham eram divertidas.

   Quando comecei a ler o livro me assustei: logo de cara, o primeiro capítulo estava intitulado como “Último Capítulo”. Confesso que tive certa resistência para lê-lo, uma vez que sou contra spoilers, mas já que ele estava lá, resolvi seguir a leitura como ocorreria com qualquer livro. Desconfiei que fosse algo do autor mesmo, pois o próprio prefácio do livro é diferente. O que mais eu poderia esperar de Maurício Gomyde?
   Após a leitura deste primeiro capítulo, como era de se esperar, não entendi nada, uma vez que últimos capítulos em geral encerram uma ideia já apresentada. Continuando no livro, o que vinha a seguir era intitulado como “1”. Ou seja, era ali que a história se iniciava de fato. Os demais capítulos vinham com a formatação igual a do “1”, ou seja, aquele último capítulo era algo à parte... Até certo momento.




Nome: O Mundo de Vidro
Autor: Mauricio Gomyde
Sinopse: Até onde pode ir a paixão de uma pessoa por outra? Como, quando e por que começa? Até que ponto pode-se cometer alguma loucura para fazer parte da vida de alguém? Quais as consequências da paixão avassaladora incompreendida? Nesse seu primeiro e hilariante romance, Maurício Gomyde retrata o cotidiano de um cidadão normal como tantos que se vê por aí em qualquer canto, tentando responder estas aparentemente simples perguntas. Passeando com extrema facilidade tanto pela liguagem refinada e sutil quanto pela tosca, Maurício Gomyde nos brinda com um livro de leitura fácil e extremamente agradável.
Editora: Porto 71

   O livro retrata o cotidiano de um cidadão normal, totalmente comum. Ele é tratado a história inteira por "ele", sem nome nem sobrenome. Nada que ele faz é digno de nota; vive por viver, não gosta de seu trabalho, não tem amigos - exceto seu papagaio sua papagaia de estimação, Horácio - e seu lazer consiste em pegar filmes em uma locadora e fazer longas sessões com seu vídeo-cassete.
   Na virada do ano de 1999 para 2000, ele se encontra em frente à televisão, assistindo à transmissão do reveillón em diversos lugares do mundo, entregue à própria solidão. O repórter entrevista, há mais de 5000 km de distância, um casal que acaba de noivar. E é aí que 'ele' vê 'ela'.
   Somos apresentados, então, a uma nova personagem que, assim como ‘ele’, não tem nome ou sobrenome, e só é tratada por pronomes. Cada capítulo passa a focar ora na vida de um, ora na vida de outro. Até no momento em que eles se encontram, o narrador conta o que ocorre de acordo com a perspectiva de um deles.
   Depois dele vê-la na tevê, o reencontro entre eles se dá somente tempos depois, em um vagão de metrô. Ele se vê encantado com a beleza dela, e sua imaginação fértil passa a imaginar altas coisas. Certo de que ela é o amor de sua vida, ele começa a seguir seus passos, a fim de tentar estabelecer entre eles um relacionamento.
   Ele é um pouquinho maluco; ficou doente de amor! Chega ao ponto de  ir comprar roupas novas – para impressioná-la –  e aceitar conselhos de um desconhecido de gosto duvidoso (o ser usava um terno alaranjado, gravata azul piscina, óculos de gatinho e gel no cabelo!). Ela é mais equilibrada; procura levar uma vida saudável, é bem sucedida no trabalho e seu noivo é um partidaço. Por que não estaria feliz?
   Somos levados a acompanhar a vida desses dois durante um ano. As transformações que ocorrem neste período são notáveis, e comprovam a máxima de que “o amor muda as pessoas”.
   O tal do último capítulo vira um mistério, mais pro meio do livro, e é desvendado de forma linda.
   Falemos agora do talento do autor: Maurício conseguiu se destacar no livro, pela maneira diferente de conduzir e contar a história; ele nos conduziu para dentro da cabeça dos personagens, o que nos rende momentos hilariantes, e a uma maior compreensão de suas atitudes.
   Além de seu talento para escrita, Maurício é também baterista e compositor; mais incrível é sua capacidade de comunicação: ele está sempre aberto à conversas, e dá atenção aos leitores. Mantém um blog, onde divulga seu trabalho e escreve sobre o que gosta, como música.



Um comentário:

  1. Olá!

    Adorei a sua resenha! Eu sempre quis este livro, mas muitas pessoas já o quiseram e resenharam... bem, eu também não tenho tempo para ler... Mas quero muito ganhar! Como disse, a sua resenha está muito boa, Mi!

    Abraços!

    Ana Carolina Nonato
    Seis Milênios

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Agradeço o comentário!
Volte sempre! (:

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