sexta-feira, 9 de setembro de 2011

De volta pra estante #32: O Meu Pé de Laranja Lima.

– Árvore fala por todo canto. Pelas folhas, pelos galhos, pelas raízes. Quer ver? Encoste seu ouvido aqui no meu tronco que você escuta meu coração bater.
   Da série “livros que tenho que ler antes de sair da escola”, ou “livros que me perseguem na biblioteca”. É um clássico, mas nunca lhe dei a devida atenção. Aí, certo dia, estava na casa da minha madrinha, e resolvi pegar o livro emprestado com minha prima (thks, Maria Clara!). É um livro voltado para o público infantil, mas que serve muito bem para os mais crescidos também. Tanto que muitos adultos já me recomendaram ele.

laranja lima

Nome: O Meu Pé de Laranja Lima
Autor: José Mauro de Vasconcelos
Sinopse: O menino Zezé, filho de uma familia paupérrima, cria um mundo de fantasia para se refugiar de uma realidade exterior áspera, conferindo alma a animais e árvores. Assim é que um pé de laranja-lima se torna seu confidente, a quem conta suas travessuras e dissabores.
No hostil mundo adulto ele encontra amparo e afeto em algumas pessoas, sobretudo em Manuel Valadares, o Portuga, uma figura substituta do pai.
A vida, porém, lhe ensina tudo cedo demais. A ingenuidade da infância está de todo perdida, no precoce aprendizado da dor e da saudade.
Editora: Melhoramentos.

   O livro já está na 128ª edição! Como justificar esse número? Talvez o fato de que o livro, mesmo sendo publicado em 1968, não tenha ficado ‘rebuscado’. A linguagem é simples, bem como seus personagens. O máximo que encontramos são alguns apelidos diferentes, mas que caracterizam o contexto do livro.

   Zezé, que conta a história, é uma criança de família bastante humilde: em casa moravam seus pais e seus 4 irmãos: Jandira (Lalá), Glória (também chamada de Godóia), Antônio (Totoca) e Luís, que tinha nome de rei e por isso era chamado de reizinho. Ele é o segundo mais novo, e cuida do caçula. Nesta época da vida, eles inventam histórias de zoológicos no quintal, viagens a cavalo no estilo cowboy de faroeste…

   No começo do livro a família tem que mudar de casa. Na primeira visita que fazem ao lugar que terão que aprender a chamar de lar, cada um sai correndo pelo lugar atrás de uma árvore para chamar de sua. As maiores e mais frondosas são escolhidas pelos mais rápidos… e Zezé terá que aprender a conviver com o mirrado pé de laranja lima que lhe restou.

   E não dizem que cabeça vazia é oficina do diabo? Então, o menino é muito atentado! Vive fazendo lá suas travessuras, mas não por maldade, e sim porque acha divertido. Esta inocência não o salva das surras de seus irmãos mais velhos e seus pais. É muito triste ter que ver ele contando isso como algo normal: ele já sabe que vai aprontar e que isso vai doer depois. Por isto já se apresenta, geralmente à Lalá, que lhe bate. Godóia é mais bondosa, tem dó do menino e o poupa de castigos. Nestes momentos de amargura que ele pode contar com seu amigo fotossintetizante. Vira um confidente e tanto, e companheiro para as aventuras.

   Certo dia o garoto apresenta à família uma novidade: ele aprendeu a ler sozinho. Nem escola ele frequentava, mas por causa deste prodígio, resolvem matriculá-lo num colégio; assim ele se ocupa com alguma coisa, ao invés de ficar só ocioso em casa. A escola apresenta um novo mundo, cheio de personagens e aventuras com os colegas. Um diálogo entre Dona Cecília Paim, a professora de Zezé, e ele, me marcou muito.

   Uma das brincadeiras preferidas da garotada é o “morcego”, que consiste em pegar carona em um carro em movimento: você pula nele e vai, geralmente por curtas distâncias. O que vale é a adrenalina, o risco que há nisso. Esta é a porta de entrada para outro personagem incrível do livro, o português Manuel Valadares; ele é o dono do carro mais bonito da rua, e ninguém se atreve a chegar perto dele, com medo da represália.

   O livro é, em uma palavra, sensível, em tudo. O protagonista está com cinco anos! Imagine a visão de mundo desta criança! Mesmo com pouco tempo de vida, ele já tem lá seus calos e apresenta uma maturidade precoce.
Achei lindo, e valeu a pena cada página.

3 comentários:

  1. Ei Mirian!
    128º edição o.O #choque
    Muito 'delicada' sua resenha, gostei.
    Se um dia tiver oportunidade, lerei... (nem que seja quando meus filhos pegarem na biblioteca daqui a váriooooos anos, rs)
    Bjins

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  2. Adorei a resenha!!

    128º edição o.O #choque [2]
    Mas esse número com toda certeza tem um motivo válido, né? Nunca li, mas é um que ainda quero ler. :)
    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Li esse livro ainda qdo criança, eu era bem novinha. Me apaixonei, é claro, o livro é uma graça. O filme tb, não fica atrás. Aliás, ambos estão na minha lista, qro ler e assistir novamente. São lindos.

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Agradeço o comentário!
Volte sempre! (:

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