sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

De volta pra estante #9: A Menina que Roubava Livros.

“Havia uma estátua da roubadora de livros na praça… É muito raro, não acha?, uma estátua aparecer antes de o homenageado ter-se tornado famoso.”
   Como é dito na contra – capa, “quando a Morte conta uma história, você deve parar pra ler”. Eu parei pra ler, a um ano atrás. Interrompi a leitura no segundo capítulo; não consegui acompanhar o ritmo meio arrastado. Nestas férias eu estabeleci o objetivo de ler este e outros livros que estão encostados há algum tempo. Depois de algumas leituras, resolvi pegar esse. Queria ver o que ele reservava pra mim e porque ele foi um best-seller, afinal. Alguma coisa ele devia ter para que tantas pessoas o lessem e gostassem.
   Descobri, no fim das contas.

menina que roubava

Nome: A Menina que Roubava Livros (The Book Thief)
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca.
Sinopse: Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em A Menina que Roubava Livros, livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do The New York Times. Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, O Manual do Coveiro. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de rouba-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar. Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão conhece-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena.
   Essa sinopse é muito boa e instigante, apesar de não fazer jus à Rosa Hubermann.
   Markus Zusak nos mostra uma história diferente: a Morte é a narradora-personagem. Por ela ser o que é, é possível que nós saibamos o que acontece tanto aqui quanto acolá, uma vez que a Morte consegue se transportar por todos os lugares instantaneamente. Sabe como é, ossos do ofício. Isto deu uma agilidade a história.
   Durante a 2ª Guerra Mundial, Liesel e seu irmão seriam levados aos cuidados de uma família adotiva, uma vez que a mãe deles não tem condições de cuidar de ambos. A família recebe uma pensão do governo por cada criança cuidada.
   No caminho para o novo lar, o irmãozinho de Liesel morre, e ela vê tudo. A Morte vem buscá-lo, e ao ver a menina se dar conta da morte do irmão, ela para para ver no que isso ia dar. Acaba acompanhando mãe e filha até o enterro do garotinho, e vê então o primeiro ato criminoso de Liesel: ela furta o livrinho de capa preta que cai do bolso de um dos homens que enterravam seu irmão. “O Manual do Coveiro”, este era seu título; a nova dona, no entanto, não tinha aprendido a ler, então guarda o objeto mais como lembrança do que tinha acontecido. Ele é uma das únicas lembranças que ela poderia carregar de sua antiga família.
   A família adotiva é composta somente por seus pais, Hans e Rosa Hubermann. O jeito do homem transmite confiança à garota, e ele é o único que consegue lidar com ela. A mãe é uma boca-suja, xinga a tudo e a todos sem papas na língua. E é um pouco violenta também: qualquer falha de Liesel é motivo para surras e ralhações.
   A menina logo conhece e fica amiga de um garoto vizinho, Rudy; eles jogam futebol juntos, andam pra cima e pra baixo pela cidade e acabam na mesma turma da escola. Ele vive implorando um beijo dela, que sempre nega.
dona morte
A Morte do livro não usa foice!
   A Morte não faz questão de manter suspense. Às vezes ela nos dá um spoiler sobre o que vai acontecer a seguir, mas nem por isso o leitor sai prejudicado. Ela faz observações dos humanos, curte com a cara de quem está lendo e, algumas vezes, nos fala mais de seu ofício. Foi uma experiência diferente escutar o que a “indesejável nº 1” tem a nos dizer. Pensa que é fácil ser a Morte em tempos de guerra? Pense novamente!
   Outra coisa que me fez gostar do livro é que ele nos mostra uma face da guerra que livro de história nenhum o faz: o dos alemães. A figura do Führer está presente em cada Heil Hitler, em fotos nos estabelecimentos, nas suásticas gravadas nas roupas. A guerra não fez a Alemanha ficar mais rica, pelo contrário, fez com que seus cidadãos entrassem em um regime de racionamento de alimentos. Quando começaram os bombardeios, a cada sirene de aviso era uma correria para os abrigos, onde a tensão reinava. Pensa em viver assim?!
   Apesar de tudo, este livro é de ficção. Zusak teve a ideia de uma roubadora de livros, mas achou que não era uma história adequada para os dias atuais, então ele se baseou nas experiências de seus pais, que viveram neste período na Alemanha. E, mesmo que no livro possamos ver tantas expressões alemãs, como Saumensch, Watschen e Alles Gut, o livro foi escrito originalmente em inglês: Markus mora na Austrália. Gostei deste recurso utilizado pelo autor, pois assim entramos mais na história, a contextualização é maior. Quem fala inglês pode ver a semelhança entre as línguas: um exemplo é “alles”, como coloquei ali em cima. Traduzindo pro inglês fica “all” (“tudo”, em português).
   Leia. É um livro completo, que exige um pouco de dedicação, mas que faz compensar no fim. É tão bom que ele me animou a escrever um capítulo a mais para colocar no fim, porque achei que faltava alguma coisa; foi o primeiro que me deu vontade de fazer isso.
   Já leu? O que achou?
   Se não leu, leria? Se não, porquê?

6 comentários:

  1. Ei!
    Tb acho que para lê-lo é preciso de um pouco de dedicação, mas eu adorei a história.
    Quase chorei no final.
    Ainda quero ler este livro de novo com mais calma.
    Bjins

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  2. Eu só não chorei porque eu estava no ônibus. Mas é muuuito lindo os capítulos finais...
    Beijão!

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  3. Nossa... esse livro é maravilhoso *-* Eu chorei muito! Foi uma das melhores leituras de 2009 =) Quero muito relê-lo em breve!!! Todos deveria ler esse livro - é incrível!

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  4. É sim Nanie! Ele já está na lista de releitura, mas antes eu tenho que ler Orgulho e Preconceito over and over again! *3*

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  5. Eu ja comecei duas vezes e nas duas abandonei, como vc disse é um inicio muito arrastado, nunca em uma resenha vi alguem concorda com essa minha opiniao sobre esse livro. E como vc disse que vai melhorar resolvi continuar! Vou so matar a saudade de Harry Potter e começo ele.

    Dormi em Londres, Acordei em Paris (clica)

    Dana

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    Respostas
    1. Persista mesmo! Agora que o filme tá confirmado, é uma boa chance de ler antes da estreia...

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Agradeço o comentário!
Volte sempre! (:

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