quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

De volta pra estante #2: A menina que não sabia ler

Nome: A menina que não sabia ler (Florence and Giles)
Autor: John Harding
Editora: Leya
Comprar: Submarino - Saraiva - FNAC.
 "Meu tio havia dado ordens estritas para me analfabetizarem; ele não ficaria satisfeito ao encontrar minha caligrafia entre sua correspondência da manhã."


   Este trecho do livro define bem o que se passa na vida de Florence, uma garota órfã, que mora as custas do tio em uma velha mansão no interior da Nova Inglaterra (atual Estados Unidos). Seu tio toma conta dela e de seu irmão, Giles, simplesmente por obrigação, uma vez que ele é o único parente vivo mais próximo das crianças. Seu senso de responsabilidade e comprometimento passa longe; ele vive bem distante da casa, e prefere não ser incomodado de maneira alguma pelos assuntos dali. As crianças têm uma governanta, a Sra. Grouse, e mais três empregados em casa. Vivem livres e soltos.

   O livro é dividido em duas partes: na primeira é feita toda a apresentação dos elementos – personagens, cenário, etc. A divisão é feita quando acontece um fato que altera todo o curso da história: a preceptora (um tipo de professora) morre, e outra é contratada.

   Como acontece em muitos casos, o título aqui não tem nada a ver com o em inglês. Acredito que seja porque é preciso fazer alguma adaptação, para fazer o livro ficar interessante e convidativo. Na minha opinião, o nome em inglês tem mais a ver com a história, já que a mesma é narrada por Florence, que conta um pedaço de sua infância com Giles. Ficou parecendo com “A menina que roubava livros”, mesmo que ambas as obras sejam de editoras diferentes. (ou seja: golpe de marketing. Eu mesma fui seduzida por isso)

   Florence, a narradora, tenta manter uma cronologia na narração dos fatos, mas como ela conta algo que já viveu, acaba soltando alguns spoilers durante o texto. Nada que prejudique a leitura ou interfira no clima de suspense que paira sob a história o tempo todo. Enquanto eu lia, era criada uma atmosfera de tensão: a mansão Blithe é grande e rústica, com muitos quartos e salas, mas apenas seis pessoas para habitá-la. Histórias de fantasmas é o que não falta sobre o lugar. Como se passa no séc. 19, a iluminação é a base de velas. A localização da mansão é no meio do campo, a uns 16 km da cidade. O silêncio, então, reina em absoluto, mesmo quando as crianças correm e gritam durante suas brincadeiras.

   A tensão também é criada pelos mistérios que ali existem. Florence não pode aprender a ler, porque seu tio é contra; ela pouco sabe sobre seus pais, a não ser as circunstâncias de suas mortes; a nova preceptora tem um quê de estranho: seu comportamento é suspeito, pelo menos para Florence.

   O bom deste suspense é que algumas respostas vão sendo dadas ao longo do livro; não é preciso aguardar até o final, até porque o mesmo tem muito mais coisas pra mostrar. Eu fiquei muito apreensiva com o desfecho: do nada acontece uma reviravolta, que estranhei, à princípio. Esperei que fosse apenas um sonho ou a imaginação... e a última página chega mantendo o curso dos fatos.

   A única coisa que não gostei foi que o autor deixou pontas desamarradas; algumas coisas não foram devidamente explicadas. Além do final... esquisito, essa inconclusão tirou pontos da obra. De maneira geral, eu gostei. Mas a melhor maneira de apreciar este livro é sem criar expectativas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço o comentário!
Volte sempre! (:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
Booker Queen! © 2012 | Layout por Chica Blogger| Modificado e hospedado por Miriam Pires| Ícones de redes sociais por Mariana Frioli.